sábado, 31 de outubro de 2009

O que é a vida?

ESCRITO POR REGINA BRETT, 90 ANOS, CLEAVELAND, OHIO.

"Para celebrar o envelhecer, uma vez eu escrevi 45 lições que a vida me
ensinou. É a coluna mais requisitada que eu já escrevi.
Meu taxímetro chegou aos 90 em Agosto, então aqui está a coluna mais uma
vez:

01. A vida não é justa, mas ainda é boa.
02. Quando estiver em dúvida, apenas dê o próximo pequeno passo.
03. A vida é muito curta para perdermos tempo odiando alguém.
04. Seu trabalho não vai cuidar de você quando você adoecer. Seus amigos e seus pais vão. Mantenha contato.
05. Pague suas faturas de cartão de crédito todo mês!
06. Você não tem que vencer todo argumento... Concorde para descordar.
07. Chore com alguém. É mais curador do que chorar sozinho.
08. Está tudo bem em ficar bravo com Deus. Ele aguenta.
09. Poupe para aposentadoria começando com seu primeiro salário.
10. Quando se trata de chocolate, resistência é em vão
11. Sele a paz com seu passado para que ele não estrague seu presente.
12. Está tudo bem em seus filhos te verem chorar.
13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem idéia do que se trata a jornada deles.
14. Se um relacionamento tem que ser um segredo, você não deveria estar nele.
15. Tudo pode mudar num piscar de olhos; mas não se preocupe, Deus nunca pisca.
16. Respire bem fundo, realmente te torna mais forte.
19. Nunca é tarde demais para se ter uma infância feliz. Mas a segunda só
depende de você e mais ninguém.
20. Quando se trata de ir atrás do que você ama na vida, não aceite não como resposta.
21. Acenda velas, coloque os lençóis bonitos, use a lingerie elegante. Não
guarde para uma ocasião especial. Hoje é especial.
22. Se prepare bastante, depois deixe-se levar pela maré..
23. Seja excêntrico agora, não espere ficar velho para usar roxo.
24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.
25. Ninguém é responsável pela sua felicidade além de você.
26. Encare cada "chamado" desastre com essas palavras: Em cinco anos, vai importar?
27. Sempre escolha a vida
28. Perdoe tudo de todos.
29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.
30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo.
31. Independentemente se a situação é boa ou ruim, irá mudar.
32. Não se leve tão à sério.. Ninguém mais leva...
33. Acredite em milagres
34. Deus te ama por causa de quem Deus é, não pelo o que você fez ou
deixou de fazer.
35. Não faça auditoria de sua vida. Apareça e faça o melhor dela agora.
36. Envelhecer é melhor do que a alternativa: morrer jovem
37. Seus filhos só têm uma infância
38. Tudo o que realmente importa no final é que você amou..
39. Vá para a rua todo dia. Milagres estão esperando em todos os lugares
40. Se todos jogássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos os de todo mundo, pegaríamos os nossos de volta.
41. Inveja é perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.
42. O melhor está por vir.
43. Não importa como você se sinta, levante, se vista e apareça.
44. Produza
45. A vida não vem embrulhada em um laço, mas ainda é um presente"

Eu acredito em todas as passagens descritas.
Sabedoria...
Paz...
Saúde para todos.

domingo, 25 de outubro de 2009

ORKUT E SEQUESTROS: COINCIDÊNCIA?

Muita atenção.
Quem está esclarecendo, entende do assunto.
Não custa ter cuidado.

Texto de autoria de Marco André Vizzortti

Professor de Informática da USP

Dêem uma pausa e reflitam sobre a verdade do que está escrito abaixo.

O ORKUT apareceu como uma forma de contatar amigos, saber notícias de quem está distante e mandar recados.

Hoje está sendo utilizado com o propósito de, creio ser o seu maior trunfo, obter informações sobre uma classe privilegiada da população brasileira.

Por que será que só no Brasil teve a repercussão que teve?

Outras culturas hesitam em participar sua vida e dados de intimidade, de forma tão irresponsável e leviana..

Por acaso você já recebeu um telefonema que informava que seus filhos estavam sendo seqüestrados?

Sua mãe idosa já foi seguida por uma quadrilha de malandros ?

Já te abordaram num barzinho, dizendo que te conheciam faz tempo?

Já foi a festas armadas para reencontrar os amigos de 30 anos atrás e não viu ninguém?

Pois é.. Ta tudo lá.

No ORKUT.
Com cinco minutos de navegação eu sei que quantos filhos você tem, ou se não tem, se tem namorado/a , sei que estuda no colégio tal, ou que trabalha em tal lugar, sei que freqüenta tais cinemas, tais bares, tais festas ... sei nome de familiares, sei nome de amigos; sei sei sei !
E o melhor de tudo, com uma foto na mão!

Identifico seu rosto em meio a multidões, na porta do seu trabalho, no meio da rua. Afinal, já sei onde você está. É só ler os seus recadinhos.

Faço um pedido:

Quem quiser se expor assim, faça-o de forma consciente e depois não lamente, nem se desespere, caso seja vítima de uma armação.
Mas poupe seus filhos, poupe sua vida Íntima.

O bandido te ligou pra te extorquir dinheiro também porque você deixou..
A foto dos meninos estava lá.. Teu local de trabalho tava lá. A foto do hotel 5 estrelas na praia tava lá. A foto da moto que está na garagem estava lá.

Realmente somos um povo muito inocente e deslumbrado.

Por enquanto, temos ouvido falar de ameaças a crianças e idosos.
Até que um dia a ameaça será fato real. Tarde demais. Se você me entendeu, ótimo!

Reveja sua participação no ORKUT, ou ao menos suprima as fotos e imagens de seus filhos menores e parentes que não merecem passar por situações de risco que você os coloca.
Oriente seus filhos a esse respeito ,pois colocam dados deles e da família sem pensar em consequências,fazem isso pelo desejo de participar, mas não sabem ou não pensam no perigo de se dar dados pessoais e da família para que qalquer pessoa veja.

Se acha que não tenho razão, deve se achar invulnerável.

Informo que pessoas muito próximas a mim e queridas já passaram por dramas gratuitos, sem perceber que tinham sido vítimas da própria imprudência.

A falta de malícia para a vida nos induz a correr riscos desnecessários.. Não só de Orkut vive a maioria dos internautas.

Temos uma infinidade de portas abertas e que por um descuido colocamos uma informação que pode nos prejudicar.

Disponibilizar informações a nosso respeito pode se tornar perigoso ou desagradável.
Portanto, cuidado ao colocar certas informações na Internet. Não conhecemos a pessoa ou as pessoas que estão do outro lado da rede. O papo pode ser muito bom, legal.
PS: Passe a todos que você conhece e que utiliza o Orkut, 1Grau, Gazzag, NetQI, Blogs, Flogs, etc..... para que todos tenhamos consciência sobre o assunto e possamos colaborar com a diminuição do crime.


Um abraço, Marco André Vizzortti Professor de Informática da USP (Universidade de São Paulo)
ATENÇÃO ESTA CAMPANHA É MUITO IMPORTANTE PARA SUA SEGURANÇA E DE SEUS FAMLIARES

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Fórum de Bom Jesus da Lapa é o 7º do TRT5 inaugurado em dois anos

O professor Rodrigues Pinto discursou agradecendo a homenagem

O presidente do TRT5, desembargador Paulino Couto, inaugurou nesta quinta-feira, dia 15, em Bom Jesus da Lapa, o sétimo fórum da Justiça do Trabalho entregue à população baiana nos últimos dois anos. Depois de Porto Seguro, Itabuna, Vitória da Conquista, Jequié, Jacobina e Teixeira de Freitas, foi a vez de a 'capital baiana da fé' participar de um processo administrativo que retira as varas do interior de uma acomodação precária, na maioria das vezes em casas alugadas, e as coloca em sedes próprias especialmente planejadas para a atividade jurisdicional.

A alocação das unidades nos prédios erguidos recentemente representará mais economia para o Tribunal e maior acessibilidade para o público, que passa a desfrutar de estruturas mais confortáveis, contando com o que há de mais moderno na arquitetura, inclusive equipamentos para portadores de deficiência física, além de localizadas em pontos estratégicos de cada cidade. Em todos os novos fóruns há ainda a possibilidade de ampliação para abrigar uma futura vara, caso o movimento processual assim o exija e a lei o determine.

Durante a inauguração do Fórum Professor José Augusto Rodrigues Pinto, em Bom Jesus da Lapa, o próprio homenageado destacou, em seu discurso, a importância da construção das sete sedes de varas do trabalho no interior. 'Daqui por diante, passo a ter um vínculo espiritual indissolúvel com Bom Jesus da Lapa, um místico rincão da Bahia, aonde se encontram sempre, vindos de todas as partes do Brasil, o sofrimento e a fé, para buscarem juntos o lenitivo das dores físicas e morais', afirmou o professor.

Rodrigues Pinto rememorou sua trajetória como magistrado do TRT5 e a opção pelo magistério e pela pesquisa, que comparou ao trabalho de ourives. 'Reconforta-me e até me envaidece ter contribuído, por mais palidamente que fosse, para manter abertas as portas da Escola Baiana de Direito do Trabalho, inaugurada nos anos 40 do século XX pelo pioneirismo de Orlando Gomes e seus discípulos, hoje rejuvenescida pelo brilho de valores que garimpei anonimamente', disse.

O desembargador Paulino Couto, por sua vez, relatou que, assim que tomou posse na presidência do Tribunal, o titular da Vara de Bom Jesus da Lapa, juiz Marivaldo Pereira, e o presidente da subseção local da OAB, advogado Edvaldo Ramos de Araújo, o procuraram e apresentaram fortes argumentos para a construção do fórum. Completou o ensejo o fato de já haver um terreno doado pela prefeitura municipal para a obra. O presidente do TRT reiterou as homenagens ao professor Rodrigues Pinto lembrando a forma cortês com que ele sempre tratou os alunos, inclusive o próprio Paulino Couto, quando estudante da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia.

Já o juiz Marivaldo Pereira da Silva destacou a importância da Justiça do Trabalho para a Região, cujo desenvolvimento começa a se intensificar. Ele lembrou os desafios de levar a prestação aos 23 municípios da jurisdição e fez um balanço otimista dos resultados até então alcançados. O diretor da Vara, Valman Peixoto, também fez uma breve intervenção na cerimônia, na qual destacou o espírito conciliador da Vara, a qual tem recebido constantes elogios na Ouvidoria do TRT5.

O novo fórum de Bom Jesus da Lapa, que começa a atender ao público na próxima segunda-feira, dia 19, fica vizinho ao fórum do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia na Avenida dos Escoteiros, 150, no bairro do São João. Os telefones continuam os mesmos: (77) 3481-4191 e 3481-4716.

Advogados - A inauguração do fórum foi marcada pelas homenagens prestadas pelos advogados que entregaram placas comemorativos ao presidente do TRT5, ao juiz titular e ao diretor da Vara. O presidente da subseção da OAB, Edvaldo Araújo, foi efusivamente saudado pelos colegas, que reconheceram o seu esforço em prol do novo fórum e da busca de uma solução para uma nova demanda da região, a instalação de uma Vara Federal em Bom Jesus da Lapa.

A cerimônia de instalação contou com as presenças das desembargadoras Dolores Vieira, Maria Adna Aguiar, conciliadora do Tribunal, Nélia Neves e Ivana Magaldi, Ouvidora do TRT. Também estiveram presentes os juízes Elysângela Dickel e Almiro de Sáteles Jr., auxiliares da Vara de Bom Jesus da Lapa; a procuradora Luana Lima Vieira Leal, representando o procurador chefe do MPT na Bahia, procurador Marcelo Brandão; os prefeitos de Bom Jesus da Lapa, Roberto Maia da Silva (presidente da União dos Prefeitos da Bahia), de Serra do Ramalho, Carlos Caraíbas de Souza, e de São Félix do Coribe, Hélvio Estrela, e o vice-prefeito de Paratinga, Climério de Araújo Souza.

Ascom TRT5 - 15.10.2009

domingo, 4 de outubro de 2009

Respirar é vida

ESQUECEU-SE DE RESPIRAR E MORREU!


Por Giulio Vicini

Mestre em Gerontologia, Psicólogo, Self-Healing Massage Practitioner/Educator, autor do livro Abraço afetuoso em corpo sofrido – Saúde integral para idosos, editado por SENAC-SP.







Minha mulher contou-me, um dia, que, quando pequena, seu João, um vizinho de casa, havia sido encontrado morto logo de manhã em sua própria cama. Seu João era muito conhecido de todas as crianças, pois era um contador de histórias, daquelas que deixam as crianças com a respiração presa, histórias assustadoras. Pequenina, minha mulher perguntou a uma tia como seu João havia morrido e ela lhe respondeu que o velho havia se esquecido de respirar. Esta resposta deixou a menina muito angustiada, pois quando se deitava temia que, ao dormir, pudesse se esquecer de respirar e morrer - como é fácil perturbar a vida de uma criança, até mesmo com brincadeiras que ela não tem condições de assimilar!



Mas, o que parece ser fruto de uma brincadeira de mau gosto não deixa de ser, frequentemente, uma verdade: dia após dia, esquecemo-nos de respirar e acabamos “morrendo” por falta de oxigênio. E não precisa ser velho para isso, pois há muitos jovens nesta condição.




Procurando na Internet, garimpei a notícia de que a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto havia pesquisado efeitos do barulho em ambientes de trabalho, chegando à conclusão, entre outras, de que o barulho, em longo prazo, afeta a capacidade respiratória das pessoas (sem que elas o percebam). Quantos jovens não estão nesta situação, no trabalho, em suas casas ou nos bailes!




Há algum tempo escrevi um artigo sobre depressão para o Portal do Envelhecimento, no qual trazia a opinião de Alexander Lowen de que cinquenta por cento do trabalho terapêutico para vencer a depressão consiste no trabalho corporal para fazer os deprimidos respirarem, a fim de restituir-lhes a vitalidade e fazê-los enraizarem-se no chão, quando estiverem “voando” atrás de ilusões. Quantas pessoas não precisam respirar para se sentirem bem!




Há outras pessoas que precisam descobrir o quão precariamente estão respirando. Uma condição prejudicial à saúde, que deprime a respiração e afeta muitas pessoas em todas as idades, é “o estresse que não pára”, ou distresse.



Distresse, uma palavra ofegante


A literatura médica está farta de artigos sobre estresse e distresse (distinção criada por Harold G. Wolf, 1953), pois este é o mal do século, um mal que se pode prevenir e combater sem remédios, mas que continua assolando nossas vidas por conta da (des)organização social. Se nós não engendramos este mundo, que nos faz adoecer, por nossa livre vontade, nós também acabamos aguentando-o, ao não promovermos as necessárias mudanças em nossos estilos pessoais e sociais de viver.



O estresse (físico-emocional) é o conjunto de modificações que se operam em nosso organismo como reação a estímulos ambientais não usuais (um ataque físico, um desafio importante, uma forte emoção tanto agradável como aversiva, por exemplo). O distresse é a manutenção deste conjunto de modificações em nosso corpo por um período de tempo superior ao que ele pode aguentar sem que ele se desequilibre. Cada um de nós tem uma capacidade própria de lidar com situações estressantes e de aguentá-las e, portanto, um limite pessoal, além do qual nosso organismo se deteriora. Cada um de nós também percebe os estímulos ambientais de forma diferente: alguns podem reagir em sua própria defesa apenas a partir de estímulos fortes de “ataque”; outros podem interpretar, até inconscientemente, como “sinais de perigo” qualquer percepção de ansiedade.


Costuma-se dizer que o estresse é um padrão de comportamento necessário para a sobrevivência (para defender-se dos ataques hostis) e que se construiu ao longo da evolução da espécie humana. É o mecanismo do “lutar ou fugir” e que atua como um sistema de alerta e defesa de si próprio. Faz parte deste padrão de defesa, além da dilatação das pupilas (para enxergar mais), da concentração do sangue nos músculos mais poderosos (para fugir ou lutar) e da aceleração dos batimentos cardíacos (para aumentar o débito sanguíneo), a modificação do ritmo da respiração, de lento para rápido e de sua extensão, de profunda para superficial (para ficar de prontidão). O estresse prolongado (ou distresse) reforça, então, padrões de resposta não saudáveis, pois pereniza, entre outros modos de comportar-se, um tipo de respiração “ofegante”; uma respiração rápida e superficial.





Respirar (bem) é preciso

Estressados ou não, o fato é que durante o dia não percebemos nossa respiração e não tomamos consciência de como respiramos. Quanto mais nos dedicamos com corpo e alma a alguma tarefa, tanto mais estamos sujeitos a sofrer de um padrão “minimalista” de respiração e até a parar de respirar durante lapsos de tempo.


Sabemos que o sangue em circulação em nosso corpo transporta o oxigênio que respiramos para todas e cada uma das células e que quanto menos oxigênio respiramos, menos vitalidade possuímos. Schneider1 afirma que um padrão de respiração superficial contínua reduz a circulação do sangue no corpo, especialmente em sua periferia, provocando nas células, ao mesmo tempo, uma fome de oxigênio e uma alta toxicidade, ocasionando mãos e pés frios, fadiga e perda de concentração e de clareza mental.


As pessoas de maior poder aquisitivo, tendo aprendido a importância de respirar bem, costumam frequentar academias para fazer exercícios aeróbicos, mas elas ainda não se deram conta de que não é suficiente respirar bem apenas durante algum período e mal durante a maior parte do dia. Nosso cérebro precisa entender que necessitamos de respirar plena e profundamente não apenas durante alguns exercícios, mas também quando estamos em situações que não são ideais para a respiração.


Respirar bem significa respirar através do nariz, tanto na inspiração como na expiração. Os pelos e o muco das narinas filtram, aquecem e umedecem o ar que entra pelo nariz, tornando-o mais limpo e respirável pelos pulmões. A boa respiração implica que se expanda bem os pulmões na inspiração e, também, que a expiração seja tão ou mais longa e eficaz que a inspiração. Para respirar bem precisamos expelir o ar pobre em oxigênio que permanece em nossos pulmões.


Não basta tomarmos consciência de que respiramos mal e precisamos respirar melhor, embora este seja o primeiro passo, imprescindível. É necessário “assumir o controle de nossa respiração”, o que é uma ideia revolucionária, para Meir Schneider. Isto se faz preparando o corpo para receber uma respiração profunda, através da percepção da respiração. E por meio da massagem e da visualização, alongando e soltando a musculatura que envolve o tórax, para que ele possa expandir-se com facilidade, praticando exercícios para criar demanda por oxigênio em seu corpo2 .





Os meandros da respiração

Por que, afinal, não respiramos bem? É tão simples respirar! O que dificulta nossa respiração?

Desde pequenos, muitos episódios físico-emocionais (agradáveis, mas, sobretudo desagradáveis) de nossa vida vêm criando tensões em nossos músculos. As tensões que chegam a se organizarem como padrões de respostas às nossas próprias emoções e aos eventos externos que nos atingem moldam nosso próprio organismo, criando zonas de trânsito respiratório livres e zonas de bloqueios. Assim, o ar deveria entrar facilmente pelo nariz, descer suavemente pelos brônquios até a caixa torácica, onde os pulmões deveriam se expandir e contrair livremente, num movimento que vai da garganta até o assoalho do abdômen. A onda inspiratória inicia-se dentro do ventre e se propaga para cima em direção à garganta e à boca. A onda expiratória faz o movimento contrário. Quando há áreas de tensão que bloqueiam a onda, os movimentos respiratórios tornam-se restritos e espásticos.




O movimento respiratório deveria ser percebido como uma energia que escorre por todo o corpo, do topo da cabeça até os pés, tanto na parte da frente do corpo como em sua parte posterior. Mas a vida que levamos frequ entemente cria entraves para o ar e nossa respiração não se mantém em seu estado ideal, tornando-se uma respiração superficial, ofegante, imperceptível à nossa consciência corporal.






Os bloqueios da respiração


Alexander Lowen orienta-nos entre os meandros dos bloqueios respiratórios. Ele observa que se o ventre estiver flácido e as nádegas apertadas há poucos movimentos abdominais nos movimentos respiratórios. A respiração torna-se torácica ou diafragmática como fruto de um anel de tensão em volta da cintura. Observa, também, que as tensões abdominais surgem para reprimir sensações sexuais3 , controlar as funções excretoras e diminuir a dor causada pelo choro persistente da criança que não consegue ser atendida pelos pais4.



As tensões diafragmáticas são originadas pelo medo e produzem uma elevação das costelas inferiores.


Meir Schneider5, por sua vez, observa que “a respiração superficial crônica inibe a expansão do tórax e do diafragma, contraindo os músculos e levando, por fim, ao estreitamento da cavidade torácica, ao arredondamento para frente dos ombros e à distorção da postura do pescoço e da região dorsal superior”. Lowen acrescenta que uma parede torácica rígida também reduzirá as sensações e os sentimentos associados com o coração (o amor não está livre), nesta parte do corpo, afetando a profundidade da respiração.


As tensões nos ombros, que inibem os movimentos naturais de pegar e de estender, também afetam a respiração, impedindo o movimento descendente natural da expiração e evitando uma expiração profunda, a qual evocaria sensações na pélvis. A pessoa fica como suspensa num cabide, elevando o centro de gravidade de seu corpo.


Sempre segundo Lowen, há também inibições, ainda mais relevantes, nos músculos da garganta e do pescoço, as quais se desenvolvem para inibir choro e gritos e que reduzem a absorção de oxigênio – pela contração, diminuindo o nível energético do organismo. Frequentemente estas tensões estendem-se para dentro da cabeça e da boca , fazendo parte de uma inibição do ato de sugar (respirando, sugamos o ar).


Outro anel de tensão, para Lowen, pressiona a base do crânio: espasticidade dos pequenos músculos occipitais e dureza, na frente, da musculatura que movimenta a mandíbula (a contração da mandíbula gera sua posição retraída - significando falta de autoafirmação – ou proeminente - evidenciando uma mandíbula desafiadora, não condescendente). Como as tensões da mandíbula incluem os músculos internos pterigóides6 , que se inserem na base do crânio, este anel de tensão bloqueia o fluxo de sensações do corpo para a cabeça.


Lowen acrescenta que há outros padrões de tensão muscular crônica que perturbam as ondas respiratórias e bloqueiam o livre fluxo das excitações no corpo; tais como, por exemplo: a espasticidade dos músculos longos das costas e das pernas e as áreas de colapso, ou seja, as áreas do corpo em que a rigidez muscular se quebrou por causa de estresse, de forma a se tornarem flácidas.






Enquanto você decide o que fazer

Se você se convenceu de sua necessidade de respirar melhor, certamente quererá tomar algumas providências, como comprar o livro de Meir Schneider, ou seu Cd (ou os dois), ou ainda escolher um terapeuta de Self-Healing®7 para orientá-lo na empreitada de “assumir o controle de sua respiração”. Isto pode demorar algum tempo. Enquanto amadurece sua decisão, você já pode fazer algo por sua respiração, fazendo a prática corporal que lhe proponho a seguir.



Deite-se confortavelmente em lugar silencioso, com uma almofada em baixo dos joelhos, para sentir suas pernas relaxadas (se sentir tensão no pescoço, talvez você prefira colocar uma pequena almofada também em baixo da cabeça). Procure fazer contato com a superfície na qual você se deitou com toda sua coluna, sem esforço, apenas imaginando que ela é feita de borracha e pode adaptar-se totalmente à superfície.


Coloque suas mãos abertas sobre seu abdômen e sinta sua respiração abdominal durante três minutos. Em seguida, durante três minutos, coloque suas mãos abertas sobre seu peito e procure perceber sua respiração peitoral. Perceba ainda se você está sentindo sua coluna respirando, expandindo-se e contraindo-se ritmicamente.


Agora inspire (enchendo abdômen e tórax) contando (devagar) até seis e expire (soltando o ar) contando até oito, durante os próximos três minutos. Se isso for difícil para você, comece inspirando até três e expirando até cinco. (com o treino, você poderá inspirar até 12 e expirar até 16 ou mais – é importante que você demore sempre um pouco mais para expirar do que para inspirar).


Dobre agora os joelhos, apoiando os pés na superfície sobre a qual está deitado (tire antes a almofada que você colocou sob os joelhos). Deite suas pernas dobradas para o lado direito, girando a cabeça para o lado esquerdo. Depois deite as pernas dobradas para o lado esquerdo, girando a cabeça para o lado direito. Faça isso por 20 vezes de forma lenta e ritmada. Ao deitar as pernas de um lado, você sentirá esticar um pouco a lateral de seu tronco do lado oposto. Procure sentir que seu tórax se expande, ao respirar, na parte superior do peito, perto da articulação do ombro. Diga a seu cérebro, que você quer expandir seu tórax assim durante o dia inteiro (ou durante a noite), mesmo quando você não estiver prestando atenção em sua respiração. Se você fizer o movimento das pernas e da cabeça com os braços deitados para trás, a expansão de seu tórax será mais ampla.


Faça isso de manhã, ao acordar, e à noite, antes de dormir, todos os dias. Somente os persistentes serão premiados com uma respiração mais profunda e uma vitalidade renovada.



Notas1 - Ver Meir Schneider, Maureen Larkin e Dror Schneider “Manual de autocura: Método Self-Healing”, editado por Triom,1998, v.1, 3-18.
2 - No livro anteriormente citado de Meir Schneider você encontra 25 práticas corporais simples para aprender a respirar bem. Você pode também usufruir da ajuda de um CD sonoro (“Encontro consigo mesmo”), para conduzir algumas práticas respiratórias, editado pela Associação Brasileira de Self-Healing por autorização da School for Self-Healing, que você pode comprar na Livraria Triom.
3 - As sensações sexuais são geradas no ventre e se propagam por todo o corpo, englobando eventualmente as sensações genitais. São sensações de enlevamento (êxtase), premonitoras de um evento orgásmico, semelhante a um desfalecimento, com perda de consciência (como numa morte). Muitas pessoas reagem com um medo inconsciente dessa “morte” orgásmica e são levadas a reprimir inconscientemente suas sensações sexuais.
4 - “A íntima relação entre respiração, movimento e sentimento é conhecida da criança, porém é geralmente ignorada pelo adulto. As crianças aprendem que segurando a respiração é possível eliminar sentimentos e sensações desagradáveis. Elas encolhem a barriga para dentro e imobilizam o diafragma de modo a reduzir a ansiedade. Ficam deitadas quietas para evitar a sensação de medo. Elas ‘amortecem’ o corpo para não sentir dor (...) quando a realidade se torna insustentável, a criança se retira para um mundo de imagens (grifo do autor), onde o seu ego compensa a perda de sensação corporal através de uma vida fantasiosa ativa.” (in O corpo traído de Alexander Lowen, editado por Summus, São Paulo, 1979, p.20)
5 - Ver obra anteriormente citada.
6 - Dois dos músculos mastigatórios: músculo pterigóide interno ou medial e músculo pterigóide externo ou lateral. A ação do primeiro consiste em fechar a mandíbula e o segundo é responsável por abrir, protundir e mover a mandíbula lateralmente.
7 - Procurar no site www.self-healing.org.br

Respirar é vida

ESQUECEU-SE DE RESPIRAR E MORREU!


Por Giulio Vicini

Mestre em Gerontologia, Psicólogo, Self-Healing Massage Practitioner/Educator, autor do livro Abraço afetuoso em corpo sofrido – Saúde integral para idosos, editado por SENAC-SP.







Minha mulher contou-me, um dia, que, quando pequena, seu João, um vizinho de casa, havia sido encontrado morto logo de manhã em sua própria cama. Seu João era muito conhecido de todas as crianças, pois era um contador de histórias, daquelas que deixam as crianças com a respiração presa, histórias assustadoras. Pequenina, minha mulher perguntou a uma tia como seu João havia morrido e ela lhe respondeu que o velho havia se esquecido de respirar. Esta resposta deixou a menina muito angustiada, pois quando se deitava temia que, ao dormir, pudesse se esquecer de respirar e morrer - como é fácil perturbar a vida de uma criança, até mesmo com brincadeiras que ela não tem condições de assimilar!



Mas, o que parece ser fruto de uma brincadeira de mau gosto não deixa de ser, frequentemente, uma verdade: dia após dia, esquecemo-nos de respirar e acabamos “morrendo” por falta de oxigênio. E não precisa ser velho para isso, pois há muitos jovens nesta condição.




Procurando na Internet, garimpei a notícia de que a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto havia pesquisado efeitos do barulho em ambientes de trabalho, chegando à conclusão, entre outras, de que o barulho, em longo prazo, afeta a capacidade respiratória das pessoas (sem que elas o percebam). Quantos jovens não estão nesta situação, no trabalho, em suas casas ou nos bailes!




Há algum tempo escrevi um artigo sobre depressão para o Portal do Envelhecimento, no qual trazia a opinião de Alexander Lowen de que cinquenta por cento do trabalho terapêutico para vencer a depressão consiste no trabalho corporal para fazer os deprimidos respirarem, a fim de restituir-lhes a vitalidade e fazê-los enraizarem-se no chão, quando estiverem “voando” atrás de ilusões. Quantas pessoas não precisam respirar para se sentirem bem!




Há outras pessoas que precisam descobrir o quão precariamente estão respirando. Uma condição prejudicial à saúde, que deprime a respiração e afeta muitas pessoas em todas as idades, é “o estresse que não pára”, ou distresse.



Distresse, uma palavra ofegante


A literatura médica está farta de artigos sobre estresse e distresse (distinção criada por Harold G. Wolf, 1953), pois este é o mal do século, um mal que se pode prevenir e combater sem remédios, mas que continua assolando nossas vidas por conta da (des)organização social. Se nós não engendramos este mundo, que nos faz adoecer, por nossa livre vontade, nós também acabamos aguentando-o, ao não promovermos as necessárias mudanças em nossos estilos pessoais e sociais de viver.



O estresse (físico-emocional) é o conjunto de modificações que se operam em nosso organismo como reação a estímulos ambientais não usuais (um ataque físico, um desafio importante, uma forte emoção tanto agradável como aversiva, por exemplo). O distresse é a manutenção deste conjunto de modificações em nosso corpo por um período de tempo superior ao que ele pode aguentar sem que ele se desequilibre. Cada um de nós tem uma capacidade própria de lidar com situações estressantes e de aguentá-las e, portanto, um limite pessoal, além do qual nosso organismo se deteriora. Cada um de nós também percebe os estímulos ambientais de forma diferente: alguns podem reagir em sua própria defesa apenas a partir de estímulos fortes de “ataque”; outros podem interpretar, até inconscientemente, como “sinais de perigo” qualquer percepção de ansiedade.


Costuma-se dizer que o estresse é um padrão de comportamento necessário para a sobrevivência (para defender-se dos ataques hostis) e que se construiu ao longo da evolução da espécie humana. É o mecanismo do “lutar ou fugir” e que atua como um sistema de alerta e defesa de si próprio. Faz parte deste padrão de defesa, além da dilatação das pupilas (para enxergar mais), da concentração do sangue nos músculos mais poderosos (para fugir ou lutar) e da aceleração dos batimentos cardíacos (para aumentar o débito sanguíneo), a modificação do ritmo da respiração, de lento para rápido e de sua extensão, de profunda para superficial (para ficar de prontidão). O estresse prolongado (ou distresse) reforça, então, padrões de resposta não saudáveis, pois pereniza, entre outros modos de comportar-se, um tipo de respiração “ofegante”; uma respiração rápida e superficial.





Respirar (bem) é preciso

Estressados ou não, o fato é que durante o dia não percebemos nossa respiração e não tomamos consciência de como respiramos. Quanto mais nos dedicamos com corpo e alma a alguma tarefa, tanto mais estamos sujeitos a sofrer de um padrão “minimalista” de respiração e até a parar de respirar durante lapsos de tempo.


Sabemos que o sangue em circulação em nosso corpo transporta o oxigênio que respiramos para todas e cada uma das células e que quanto menos oxigênio respiramos, menos vitalidade possuímos. Schneider1 afirma que um padrão de respiração superficial contínua reduz a circulação do sangue no corpo, especialmente em sua periferia, provocando nas células, ao mesmo tempo, uma fome de oxigênio e uma alta toxicidade, ocasionando mãos e pés frios, fadiga e perda de concentração e de clareza mental.


As pessoas de maior poder aquisitivo, tendo aprendido a importância de respirar bem, costumam frequentar academias para fazer exercícios aeróbicos, mas elas ainda não se deram conta de que não é suficiente respirar bem apenas durante algum período e mal durante a maior parte do dia. Nosso cérebro precisa entender que necessitamos de respirar plena e profundamente não apenas durante alguns exercícios, mas também quando estamos em situações que não são ideais para a respiração.


Respirar bem significa respirar através do nariz, tanto na inspiração como na expiração. Os pelos e o muco das narinas filtram, aquecem e umedecem o ar que entra pelo nariz, tornando-o mais limpo e respirável pelos pulmões. A boa respiração implica que se expanda bem os pulmões na inspiração e, também, que a expiração seja tão ou mais longa e eficaz que a inspiração. Para respirar bem precisamos expelir o ar pobre em oxigênio que permanece em nossos pulmões.


Não basta tomarmos consciência de que respiramos mal e precisamos respirar melhor, embora este seja o primeiro passo, imprescindível. É necessário “assumir o controle de nossa respiração”, o que é uma ideia revolucionária, para Meir Schneider. Isto se faz preparando o corpo para receber uma respiração profunda, através da percepção da respiração. E por meio da massagem e da visualização, alongando e soltando a musculatura que envolve o tórax, para que ele possa expandir-se com facilidade, praticando exercícios para criar demanda por oxigênio em seu corpo2 .





Os meandros da respiração

Por que, afinal, não respiramos bem? É tão simples respirar! O que dificulta nossa respiração?

Desde pequenos, muitos episódios físico-emocionais (agradáveis, mas, sobretudo desagradáveis) de nossa vida vêm criando tensões em nossos músculos. As tensões que chegam a se organizarem como padrões de respostas às nossas próprias emoções e aos eventos externos que nos atingem moldam nosso próprio organismo, criando zonas de trânsito respiratório livres e zonas de bloqueios. Assim, o ar deveria entrar facilmente pelo nariz, descer suavemente pelos brônquios até a caixa torácica, onde os pulmões deveriam se expandir e contrair livremente, num movimento que vai da garganta até o assoalho do abdômen. A onda inspiratória inicia-se dentro do ventre e se propaga para cima em direção à garganta e à boca. A onda expiratória faz o movimento contrário. Quando há áreas de tensão que bloqueiam a onda, os movimentos respiratórios tornam-se restritos e espásticos.




O movimento respiratório deveria ser percebido como uma energia que escorre por todo o corpo, do topo da cabeça até os pés, tanto na parte da frente do corpo como em sua parte posterior. Mas a vida que levamos frequ entemente cria entraves para o ar e nossa respiração não se mantém em seu estado ideal, tornando-se uma respiração superficial, ofegante, imperceptível à nossa consciência corporal.






Os bloqueios da respiração


Alexander Lowen orienta-nos entre os meandros dos bloqueios respiratórios. Ele observa que se o ventre estiver flácido e as nádegas apertadas há poucos movimentos abdominais nos movimentos respiratórios. A respiração torna-se torácica ou diafragmática como fruto de um anel de tensão em volta da cintura. Observa, também, que as tensões abdominais surgem para reprimir sensações sexuais3 , controlar as funções excretoras e diminuir a dor causada pelo choro persistente da criança que não consegue ser atendida pelos pais4.



As tensões diafragmáticas são originadas pelo medo e produzem uma elevação das costelas inferiores.


Meir Schneider5, por sua vez, observa que “a respiração superficial crônica inibe a expansão do tórax e do diafragma, contraindo os músculos e levando, por fim, ao estreitamento da cavidade torácica, ao arredondamento para frente dos ombros e à distorção da postura do pescoço e da região dorsal superior”. Lowen acrescenta que uma parede torácica rígida também reduzirá as sensações e os sentimentos associados com o coração (o amor não está livre), nesta parte do corpo, afetando a profundidade da respiração.


As tensões nos ombros, que inibem os movimentos naturais de pegar e de estender, também afetam a respiração, impedindo o movimento descendente natural da expiração e evitando uma expiração profunda, a qual evocaria sensações na pélvis. A pessoa fica como suspensa num cabide, elevando o centro de gravidade de seu corpo.


Sempre segundo Lowen, há também inibições, ainda mais relevantes, nos músculos da garganta e do pescoço, as quais se desenvolvem para inibir choro e gritos e que reduzem a absorção de oxigênio – pela contração, diminuindo o nível energético do organismo. Frequentemente estas tensões estendem-se para dentro da cabeça e da boca , fazendo parte de uma inibição do ato de sugar (respirando, sugamos o ar).


Outro anel de tensão, para Lowen, pressiona a base do crânio: espasticidade dos pequenos músculos occipitais e dureza, na frente, da musculatura que movimenta a mandíbula (a contração da mandíbula gera sua posição retraída - significando falta de autoafirmação – ou proeminente - evidenciando uma mandíbula desafiadora, não condescendente). Como as tensões da mandíbula incluem os músculos internos pterigóides6 , que se inserem na base do crânio, este anel de tensão bloqueia o fluxo de sensações do corpo para a cabeça.


Lowen acrescenta que há outros padrões de tensão muscular crônica que perturbam as ondas respiratórias e bloqueiam o livre fluxo das excitações no corpo; tais como, por exemplo: a espasticidade dos músculos longos das costas e das pernas e as áreas de colapso, ou seja, as áreas do corpo em que a rigidez muscular se quebrou por causa de estresse, de forma a se tornarem flácidas.






Enquanto você decide o que fazer

Se você se convenceu de sua necessidade de respirar melhor, certamente quererá tomar algumas providências, como comprar o livro de Meir Schneider, ou seu Cd (ou os dois), ou ainda escolher um terapeuta de Self-Healing®7 para orientá-lo na empreitada de “assumir o controle de sua respiração”. Isto pode demorar algum tempo. Enquanto amadurece sua decisão, você já pode fazer algo por sua respiração, fazendo a prática corporal que lhe proponho a seguir.



Deite-se confortavelmente em lugar silencioso, com uma almofada em baixo dos joelhos, para sentir suas pernas relaxadas (se sentir tensão no pescoço, talvez você prefira colocar uma pequena almofada também em baixo da cabeça). Procure fazer contato com a superfície na qual você se deitou com toda sua coluna, sem esforço, apenas imaginando que ela é feita de borracha e pode adaptar-se totalmente à superfície.


Coloque suas mãos abertas sobre seu abdômen e sinta sua respiração abdominal durante três minutos. Em seguida, durante três minutos, coloque suas mãos abertas sobre seu peito e procure perceber sua respiração peitoral. Perceba ainda se você está sentindo sua coluna respirando, expandindo-se e contraindo-se ritmicamente.


Agora inspire (enchendo abdômen e tórax) contando (devagar) até seis e expire (soltando o ar) contando até oito, durante os próximos três minutos. Se isso for difícil para você, comece inspirando até três e expirando até cinco. (com o treino, você poderá inspirar até 12 e expirar até 16 ou mais – é importante que você demore sempre um pouco mais para expirar do que para inspirar).


Dobre agora os joelhos, apoiando os pés na superfície sobre a qual está deitado (tire antes a almofada que você colocou sob os joelhos). Deite suas pernas dobradas para o lado direito, girando a cabeça para o lado esquerdo. Depois deite as pernas dobradas para o lado esquerdo, girando a cabeça para o lado direito. Faça isso por 20 vezes de forma lenta e ritmada. Ao deitar as pernas de um lado, você sentirá esticar um pouco a lateral de seu tronco do lado oposto. Procure sentir que seu tórax se expande, ao respirar, na parte superior do peito, perto da articulação do ombro. Diga a seu cérebro, que você quer expandir seu tórax assim durante o dia inteiro (ou durante a noite), mesmo quando você não estiver prestando atenção em sua respiração. Se você fizer o movimento das pernas e da cabeça com os braços deitados para trás, a expansão de seu tórax será mais ampla.


Faça isso de manhã, ao acordar, e à noite, antes de dormir, todos os dias. Somente os persistentes serão premiados com uma respiração mais profunda e uma vitalidade renovada.



Notas1 - Ver Meir Schneider, Maureen Larkin e Dror Schneider “Manual de autocura: Método Self-Healing”, editado por Triom,1998, v.1, 3-18.
2 - No livro anteriormente citado de Meir Schneider você encontra 25 práticas corporais simples para aprender a respirar bem. Você pode também usufruir da ajuda de um CD sonoro (“Encontro consigo mesmo”), para conduzir algumas práticas respiratórias, editado pela Associação Brasileira de Self-Healing por autorização da School for Self-Healing, que você pode comprar na Livraria Triom.
3 - As sensações sexuais são geradas no ventre e se propagam por todo o corpo, englobando eventualmente as sensações genitais. São sensações de enlevamento (êxtase), premonitoras de um evento orgásmico, semelhante a um desfalecimento, com perda de consciência (como numa morte). Muitas pessoas reagem com um medo inconsciente dessa “morte” orgásmica e são levadas a reprimir inconscientemente suas sensações sexuais.
4 - “A íntima relação entre respiração, movimento e sentimento é conhecida da criança, porém é geralmente ignorada pelo adulto. As crianças aprendem que segurando a respiração é possível eliminar sentimentos e sensações desagradáveis. Elas encolhem a barriga para dentro e imobilizam o diafragma de modo a reduzir a ansiedade. Ficam deitadas quietas para evitar a sensação de medo. Elas ‘amortecem’ o corpo para não sentir dor (...) quando a realidade se torna insustentável, a criança se retira para um mundo de imagens (grifo do autor), onde o seu ego compensa a perda de sensação corporal através de uma vida fantasiosa ativa.” (in O corpo traído de Alexander Lowen, editado por Summus, São Paulo, 1979, p.20)
5 - Ver obra anteriormente citada.
6 - Dois dos músculos mastigatórios: músculo pterigóide interno ou medial e músculo pterigóide externo ou lateral. A ação do primeiro consiste em fechar a mandíbula e o segundo é responsável por abrir, protundir e mover a mandíbula lateralmente.
7 - Procurar no site www.self-healing.org.br